Rewriting global health
Abstract
O conceito de saúde global popularizou-se
mesmo com suas origens sendo alvo de um
escrutínio crítico: nomeadamente, suas origens na
medicina colonial, suas ligações com a proteção do
comércio internacional e da exploração capitalista,
seus pressupostos orientalistas. Até que ponto
o conceito é, ainda, adequado ou proveitoso?
Será possível reescrever a saúde global de forma
a reconhecer e contrariar as suas múltiplas
violências? Reflito sobre a potencialidade do
conceito de saúde global a partir de uma ética da
escrita que pretende ser analítica (respeitante à
sua capacidade para refletir as tensões sociais,
a multiplicidade de experiências, as justificações
e reivindicações dos atores, a opressão e o
potencial não realizado); crítica (respeitante à
sua capacidade de identificar a contradição entre
aquilo que os arranjos sociais ostensivamente
proclamam e o que produzem de facto); e política
(respeitante ao seu potencial emancipatório
e de reparação das injustiças históricas).
Identifico cinco vertentes importantes para um
esforço de reescrever o conceito de saúde global:
o global como planetário; o global como coletivo;
o global como público; o global como periférico;
e o global como cotidiano. The concept of global health has become popular even though its origins have come under critical scrutiny: namely, its origins in colonial medicine, its links to the protection of international trade and capitalist exploitation and its Orientalist assumptions. To what extent is the concept still adequate or useful? Is it possible to rewrite global health while recognizing and tackling its multiple forms of violence? I reflect on the potentiality of the concept of global health based on an ethics of writing that intends to be analytical (concerning its ability to reflect social tensions, the multiplicity of experiences, the social actors’ justifications and claims, the oppression, and the unrealized potential); critical (concerning its ability to identify the contradiction between what social arrangements ostensibly proclaim and what they actually produce); and political (concerning its potential for emancipation and for the reparation of historical injustices). Five important aspects are identified toward rewriting the concept of global health: the global as planetary; the global as collective; the global as public; the global as peripheral; and the global as everyday.
Rewriting global health
Tipo de Actividad
Artículos en revistasISSN
0104-1290Palabras Clave
Saúde Global; Saúde Planetária; Emancipação; Teoria CríticaGlobal Health; Planetary Health; Emancipation; Critical Theory.